Economista critica ameaça do governo de reduzir alíquota de importação

Economista critica ameaça do governo de reduzir alíquota de importação

Coordenador do Índice Geral de Preços -Mercado (IGP-M), o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, disse nesta quarta-feira, 27, ser contrário às adoções e retiradas de medidas com efeitos sobre a economia por parte do governo. Quadros teceu estes comentários ao ser provocado a avaliar a ameaça do governo voltar a reduzir as alíquotas de Imposto de Importação (II) de alguns produtos de uma lista de 100 itens que sofreram elevação da taxa em outubro do ano passado e tiveram alta de preços desde então, incluindo petroquímicos e siderúrgicos.

Com o objetivo de ajudar o setor industrial, as alíquotas foram elevadas em média 25%. De acordo com Quadros, a questão é complexa porque o governo quando toma uma medida para um determinado fim, mesmo que ela traga efeitos colaterais, deveria ser mantida porque a despeito do resultado inesperado, o objetivo inicial continua. “Não entro no terreno numérico. Mas é preciso saber que em economia não tem só ganho. Tem seus custos”, diz Quadros, acrescentando que o que estava por trás das medidas de apoio à indústria não era uma questão inflacionária, mas de defesa.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na terça-feira que o governo estuda reduzir a alíquota de importação de alguns produtos. “Eu estou avisando. Nós estamos monitorando e algumas tarifas nós já vamos baixar. Tem gente que está abusando”, disse o ministro em entrevista ao serviço de informação em tempo real Valor PRO. Segundo o ministro, a ideia é baixar a alíquota de alguns produtos, porque em alguns segmentos houve aumentos injustificáveis.

Mas a percepção não é compartilhada por Quadros. Segundo ele, a FGV não percebeu nenhum aumento exagerado de preços. “Sou contra estas tomadas e retiradas de decisões porque quando as pessoas vão entrar no jogo econômico é preciso ter a regras mais claras. Do ponto de vista de investimentos, estas medidas salientam os riscos”, criticou.

Fonte: Estadão