26 dez Ano de 2012 foi inverno para comércio exterior da China, mas com esperança de primavera
“Eu viajo a Yiwu muitas vezes e sou sempre convidado a me encontrar com o dono da empresa Xinguan e seus familiares, que são muito simpáticos. Estamos alegres na refeição e também no nosso comércio.”
Jan Vondrasek é um comerciante da República Tcheca. Ele viaja a Yiwu de quatro a cinco vezes por ano para fazer compras. Jan é convidado regular da família do dono da Xinguan, a maior empresa de acessórios de Yiwu e cuja maior parte de seus produtos é exportada. Após mais de trinta anos de desenvolvimento, Yiwu, cidade da província de Zhejiang, se tornou o maior mercado de bugigangas no mundo. Hoje em dia, o mercado de Yiwu tem cerca de 210 mil lojas, que vendem cerca de um milhão e 700 mil tipos de produtos. Se você ficar um minuto em cada loja, precisará de pelo menos quatro meses para terminar a visita ao mercado.
Para os comerciantes desse mercado gigante, 2012 não está sendo um ano fácil. Mais de cem mil empresas exportadoras de Yiwu enfrentam uma pressão cada vez maior com a redução das encomendas estrangeiras. Segundo a vice-presidente da Associação Geral de Comércio de Yiwu, Zhou Xiaoguang, sobreviver a esse ano difícil é o maior desejo para muitos comerciantes de Yiwu.
“As empresas exportadoras aqui prevêem uma queda no lucro. Inclusive, a maioria das médias e pequenas empresas com expectativa de lucro zero. Podemos resistir, talvez um ou dois anos. Mas a desaceleração já dura um ano e meio e ninguém sabe quando vai terminar. É difícil de prever até quando aguentaremos.”
O que acontece em Yiwu é apenas uma amostra do impacto da crise financeira global no comércio exterior da China. Nos primeiros onze meses do ano, o comércio entre a China e Europa caiu 4,1%. Ao mesmo tempo, o crescimento dos negócios entre China e EUA, Asean, Rússia e Brasil registrou uma desaceleração. Ao analisar a situação, o ministro chinês do Comércio, Chen Deming, disse que o motivo da atual queda no comércio exterior do país é a apertada situação doméstica e internacional. A influência negativa da crise financeira mundial ainda está se espalhando pelo mundo, sem falar do impacto trazido pela crise de dívida europeia.
O diretor do centro de pesquisa sobre China, EUA e Europa da Associação Internacional de Comércio da China, He Weiwen, disse que acelerar a mudança do modelo de desenvolvimento é uma prioridade para o comércio exterior da China sair desse inverno.
“Para o mercado tradicional, é essencial entrar positivamente na rede de venda no exterior até criar sua própria rede de comércio. Por outro lado, as empresas devem mudar seu modelo de crescimento e abandonar o desenvolvimento baseado apenas no processamento de nível baixo.”
Apesar do rigoroso ambiente econômico, o mercado chinês tem base e condição para evitar os riscos e aprofundar o desenvolvimento. Muitos comerciantes de Yiwu estão buscando soluções para sair do atual dilema. Para Zhou Xiaoguang, quando o inverno rigoroso passar, o comércio exterior da China vai entrar numa primavera de recuperação. Nos primeiros dez primeiros meses deste ano, a venda de mercadorias de Natal no mercado Yiwu registrou um aumento de 40%. As empresas exportadoras chinesas estão se esforçando para manter sua vitalidade e desejando a chegada da primavera.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Luiz Tasso Neto
Fonte: CRI