31 dez Brics lideram protecionismo no comércio internacional
A Rússia foi o país que mais adotou medidas protecionistas em 2013, seguido, de perto, pela Bielorússia. O Brasil, a Índia e a China também aparecem entre os países mais protecionistas do ano.
Membro da OMC (Organização Mundial do Comércio) há cerca de um ano e meio, a Rússia ainda usa barreiras protecionistas como arma para sobreviver à competição no mercado internacional. Segundo o GTA (Global Trade Alert), site independente que compila estatísticas do comércio exterior, a Rússia registrou 20% das medidas protecionistas no planeta. O GTA aponta medidas para apoiar a indústria metalúrgica, a agricultura e a aeronáutica como exemplos da política comercial de Moscou.
Simon Evenett, coordenador do site, explica que “a política russa (…) é uma mistura de subsídios e de protecionismo agressivo”. O especialista afirma ainda a Rússia está longe de ser um “aluno modelo” na OMC. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou neste ano que iria adotar políticas “sutis” para proteger a economia russa. Para Simon Evenett, essa é uma estratégia de vários países. “As brechas existentes nas regras do comércio internacional fazem com que os governos mais espertos consigam [usar medidas protecionistas] sem ferir a OMC”, escreveu em artigo para o portal de análise econômica Vox.
Brasil
O Brasil e seus pares dos Brics, especialmente a Índia, também figuram entre os mais protecionistas do ano. O GTA repertoriou 300 medidas protecionistas para o governo indiano, 196 para o Brasil, 135 para a China e 62 para a África do Sul.
Essa tendência já havia sido criticada pelos europeus em um relatório oficial deste ano. O estudo destacava a multiplicação de barreiras para a importação, mas, também, “medidas que impõem a utilização de bens nacionais” no Brasil, na Argentina e na Índia.
Mas, ainda segundo dados do GTA, não há, necessariamente, mocinhos e vilões no comércio internacional. A União Europeia, ao lado do Brasil, da Índia e do Japão representam um quarto das medidas protecionistas no mundo.
Fonte: RFI